terça-feira, 19 de outubro de 2010

Cem Palavras


Eu sempre quis escrever este texto. Para ser mais exata, há um ano e dois meses ensaio escrevê-lo. Não que me faltasse inspiração, transbordava. Não que estivesse triste, pelo contrário, a felicidade não cabia em mim.
Deparei-me com uma barreira enorme entre a caneta e o papel. Havia emoção demais, um sentimento tão distinto que jamais poderia ser transcrito.
Amei-o desde o dia que soube da sua existência, mas o que escrevo aqui é mínimo perto do que fervilha em meu coração. Prefiro encerrar por aqui, pois o que é bonito se revela até sem palavras. Eu te amo Théo!

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

A Priori ou a Posteriori?

Não foi à primeira vista. Também não foi amor. Mas algo vibrou dentro de mim quando escutei aquela voz. Bastaram apenas duas palavras pra eu saber que era especial. Nunca tinha me estremecido ao ouvir um simples "bom dia". E pior, não foi direcionado a mim, eu nem tinha visto a pessoa que, como uma doce melodia, proferiu tal cortesia. Mas de longe já me agradara. Resolvi me aproximar.
A minha timidez congelara essa idéia em minha mente, me fazendo recuar. Por dias ensaiei entrar por aquela porta, só pra falar um "bom dia" e receber a gentileza de volta. Tudo para ouvir aquela voz.
Até que num belo dia, o mais belo dos dias, nos esbarramos. Literalmente. Pedimos desculpas, e eu, mais do que vergonha pelo mal jeito, sentia tudo revirar dentro de mim. Mente, estômago, pulso acelerado...não sabia o porque aquela pessoa conseguia despertar, de uma só vez, todas as emoções que sempre evitei externar.
Passamos a nos "esbarrar" com mais frequência. Provocávamos "encontrões". Passaram-se os dias, os meses, os anos e a nossa empatia crescera dia após dia. Sabia quando estava triste, feliz, pensativa, com dor, furiosa..mesmo que sua expressão não desse grandes pistas. Só pelo som da sua voz.
Mas com o tempo, percebi que algo havia mudado. Sentia que havia algo diferente. Tentava entender o porque eu já não me estremecia mais com a sua voz.
Ah! agora eu me encantei pelo seu olhar. Paixão? Amor? Ternura? Confiança? Não sei direito, mas tive a sensação que foi alguma coisa dessas à primeira vista.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Esquecer por quê?

Como Esquecer. Este misto de pergunta e título me pegou de surpresa. Nunca parei pra pensar o quanto essas duas palavrinhas nos levam a tomar essa ou aquela decisão. Fiquei matutando sobre isso o dia inteiro, pensando nas dezenas de coisas que eu gostaria de esquecer, mas que, como uma alma penada, tende a aparecer de repente, me deixando perplexa. Desde um simples dedo quebrado mal curado, que vira e mexe teima em doer, até um grande amor que teima em perdurar ao longo dos anos.

Esquecer o passado. Talvez essa seja a maior mentira e idiotice que tentaram inventar. Esquecer por quê? Seria como apagar parte da sua existência, como se vivesse etapas estanques da sua vida. Esquecendo o passado, muitas ações do presente também se modificariam. Não seríamos o que somos hoje, seríamos estranhos a nós mesmos. Divagar entre presente-passado é o que nos leva tomar às ações futuras. Aceitar o que aconteceu e aprender a conviver com que se tornou passado, deve servir de motivação pra seguir em frente, não uma busca quase que obsessiva em anular contextos de sua vida. O que passou é tão importante quanto o que há de vir. Você só é pelo que já foi e só será pelo que é hoje.

E é claro de não poderia deixar de mencionar sobre o amor. Ao contrário do que diz a letra de uma música dos Los Hermanos, “o esforço pra lembrar é a vontade de esquecer”, acredito que, em se tratando do amor, o esforço pra esquecer é a vontade de lembrar. Sempre existirão pessoas que terão o poder de nos fazer lembrar, simplesmente pela importância que elas tiveram em nossa vida. Ou que, de alguma maneira, ainda têm...

O que escrevo hoje será parte da minha história amanhã. Fará parte do arquivo do blog. E só to escrevendo isso porque li sobre um filme que está para estrear amanhã. Percebeu o quanto é confuso discernir passado-presente-futuro? Uma ação de agora está baseada no que li pela manhã, mas que de fato irá se consolidar no dia seguinte. Por esse motivo, acredito que o amor seja a coisa que mais teima em permanecer presente, mesmo tendo as raízes no passado. Assim como o meu dedo mal curado que dói ocasionalmente, me lembro de momentos e pessoas especiais que me deixaram saudade. Não preciso arrancar meu dedo fora para seguir em frente, pra pisar o chão, pra pular. Só modifiquei a maneira de fazer isso, tendo mais cautela. Descobri que não preciso arrancar um grande amor de dentro de mim, simplesmente pelo fato de que, com toda sua grandeza, jogando-o fora, teria que jogar também parte de mim, parte do que sou. Não quero esquecer o quanto amei ou negar o quanto amo, pois isso me servirá de norte para amores futuros (que não significa necessariamente novas pessoas, mas sim de novas perspectivas!).

Portanto, pense duas vezes antes de querer esquecer o gosto do jiló. Três antes de querer esquecer uma ressaca. Quatro antes de querer esquecer um amor. Ter um referencial é essencial para a vida. Viva o presente, construa o futuro, mas não se esqueça de seu memorial.


* Motivado pela ânsia em assistir a produção cinematográfica brasileira "Como Esquecer"

Assista o trailer

http://www.youtube.com/watch?v=LHr2ZVrMdOU