terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Três pontinhos (...)

Não sabia onde residia sua liberdade, se na mente ou no corpo.
Ás vezes parecia menina, noutras mulher. Com esmalte vermelho e pirulito na boca, sabia muito bem usar de persuasão e doçura. Se equilibra em salto-alto e vira o pé com tênis. Escova os cabelos para tomar banho de chuva. Espera 10, 20 minutos o ônibus e decide ir a pé.
Ora indecisa.
Ora decidida.
Não é 8 e nem 80. Mas tudo que há entre eles. Não usa relógio para não ser escrava do tempo. Gosta de escutar o silêncio e música no último volume. E quando pega o violão, faz dele pandeiro.
Aproveita os momentos e mesmo com a alma na lama esboça um sorrisinho besta no canto da boca.
Mas quando a saudade grita em seu peito...
Entorta os seus versos
Perdem-se as linhas
Resfria sua alma
Uma estátua viva se faz
Parece até que é tímida, mas são as reticências que a deixam cheia de espaços vazios no peito.
Busca se aquecer, manda a saudade dar uma trégua.
Abre a janela para observar a lua
Olha para o sol ao seu lado
Aquecendo a casa, o quarto, a cama e a alma.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

In and Out

Por que escrever?
Me fizeram essa pergunta, mas eu nunca havia pensado a respeito. Talvez porque quando eu estou escrevendo entro numa espécie de "transe",concentrada apenas no ato em questão. Não reparo ao redor, meus ouvidos se fecham, fico gélida ante ao mundo exterior, aquecendo apenas o infinito que trago no peito. Passo a me olhar por dentro, despir minhas entranhas, mergulho na minha própria alma, numa tentativa desesperada de descobrir quem sou. Faço desse momento um misto de autoconhecimeno e narcisismo literário. Sinto necessidade de tornar matéria o que pulsa nas veias e o que me inquieta a alma. Uma "válvula de escape" que eu utilizo para não explodir ou implodir.

E a inspiração vem de onde?
Bem quanto a isso, vem do mundo que eu crio, vivo e observo. Das pessoas que passam por minha vida, seja superficialmente ou profundamente, da criança que nasce sem pedir, do homem que morre sem querer, da lealdade dos amigos, da platonicidade do amor e da materialidade da paixão. Dos sonhos concretizados, roubados e sepultados. De um livro de cabiceira que há dias se encontra na mesma página, tornando-a amarelada, da música com letras desconexas, do tão famoso "autor desconhecido" que vira e mexe diz coisas mega interessantes. Da comicidade ingênua de uma criança ao escrachado duplo-sentido adulto.
Vem da mistura do que sou por dentro e do que sou por fora.
Sou paráfrase de mim mesma.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

PAINEL DE SONHOS

Em meus pensamentos ouço o telefone tocar
A todo momento anseio em ouvir a tua voz
Almejo um abraço, um carinho, um beijo
Fazendo solver de uma só vez todos os meus problemas
E eternizando os meus momentos de paz
Me desarma com o teu sorriso
Me hipnotiza com o teu olhar
Me embriaga com o teu beijo
Reverencio cada curva do teu corpo
Constituído feito um molde para o meu
Sem medo fecho os olhos e abro os braços
Me atirando feito um barco sem velas
Que perdido desliza pelo mar
Preparo uma avenida para desfilar o teu encanto
Enfeito de risos, de beijos e de sonhos
A felicidade não bateu a minha porta
Entrou com tudo, sem pedir licença
Agora...
aconchega-se em meu peito
e faça dele o seu lar.